4.21.2008

Impressões e Ideias


Para David Hume, as ideias são cópias das impressões internas ou externas. Isto significa que as nossas ideias correspondem às nossas percepções dos objectos – princípio da cópia.
Um objecto provoca em nós uma impressão; essa impressão é guardada pela memória e essa recordação da impressão é a ideia que usamos para pensar, imaginar, formular ideias complexas.

Só podemos aceitar como verdadeiras as ideias em relação às quais é possível fazer corresponder a impressão de um objecto. A ideia de esfinge, por exemplo, que resulta do trabalho combinatório da nossa mente, não tem uma correspondência sensorial visto que não é possível ter qualquer percepção de tal animal enquanto ser vivo concreto. O mesmo acontece com a ideia de Deus: não corresponde a nenhuma impressão nascida da experiência sensorial, visto que Deus não é observável, e portanto não constitui um conhecimento verdadeiro.

Quando investigamos relações de ideias, obtemos a priori verdades necessárias mas que nada nos dizem sobre a realidade factual. Neste campo, trabalhamos com a demonstração e portanto com argumentos dedutivos.

Quando investigamos questões de facto, obtemos a posteriori verdades contingentes, mas que nos informam sobre a realidade factual. Aqui, fazemos inferências causais utilizando argumentos indutivos.

É fácil concluirmos que as relações de ideias apresentam a propriedade da necessidade lógica enquanto que as questões de facto não a apresentam. O princípio da causalidade é estabelecido devido ao hábito de observar essa conjunção constante entre certos factos. Logo, temos aqui um problema de limites do conhecimento.

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