
Ao observar esta obra de arte, uma estampa japonesa com o título Íris, sujeito-me a uma atitude estética, pois predisponho-me a observá-la com a única intenção de desfrutar do prazer que esta me pode transmitir chegando assim a uma experiência estética. Uma experiência estética depende da atitude que tomamos em relação a uma realidade, e pode ser compreendida pelos juízos através dos quais é identificada.
Contudo nem todos os filósofos defendem a sua existência, alegando que a diferença existente entre os objectos depende deles próprios e não da experiência que temos destes. Existem, assim em dois tipos de teorias, que podemos seguir sobre a experiência estética: o objectivismo e o subjectivismo, quanto à origem do juízo sobre a obra de arte como sendo bela ou não.
Seguindo o objectivismo, defendemos que a estampa é bela devido às suas próprias características, independentemente dos sentimentos ou reacções de quem a observa, ou seja, há experiência estética mas condicionada pela obra e não pelos sentimentos do observador: simplesmente, há objectos belos e outros não, pela sua própria natureza. Há objectos que são obras de arte e outros que não são.
Se seguirmos o caminho do subjectivismo pressupomos a existência de uma experiência estética em que a beleza de algo é definida em virtude do que sentimos na sua presença; o juízo que vamos criar depende de nós e da forma como vemos o objecto, já que segundo o subjectivismo, para ter uma experiência estética é necessário possuir o gosto, que é a faculdade que nos vai permitir formular um juízo mediante o prazer ou desprazer que o objecto nos proporciona, podendo assim considerá-lo belo ou não.
Através da observação da estampa concluo também que se pode explicar quer pela teoria da arte como expressão, quer de arte como imitação.
Como Expressão na medida em que o artista pode ter sofrido a perda de uma figura feminina, sua mulher ou sua amada, e representa a sua partida na tela que pinta, comunicando os seus sentimentos e expressando o acontecimento por que passou tentando levar os outros a sentir o mesmo que sentiu com a partida da figura feminina representada.
E como Imitação, a figura representada podia ser um modelo visto pelo artista que este pintou do modo como viu na altura e/ou até do modo como imaginou. No entanto, não deixou de pôr em evidência na obra o seu cunho pessoal, os seus sentimentos e até os seus valores. O artista chama-nos a atenção para algo que captou a sua própria atenção, passando-o para a tela e fazendo com que vejamos o mundo que os seus olhos vêem, já que de entre todas as dimensões da realidade este utiliza apenas uma pequena parte que passa para a sua pintura, isolando-nos do resto que se passa à sua volta. É por isso que a teoria da arte como imitação do real parece não chegar para explicar a obra de arte.
André Ratão,10ºA - 2007
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