6.14.2007

A arte é imitação?


A concepção da arte como imitação da realidade dominou a estética ocidental até ao séc. XVIII.
Escritores da Antiguidade contam histórias que testemunham esta concepção. Por exemplo, o romano Plínio conta que o pintor Zêuxis era tão perfeito na sua pintura que os pássaros tentavam debicar as uvas dos seus quadros. Outro pintor, Apelles, pintava cavalos tão bem imitados que os verdadeiros cavalos relinchavam ao ver esses animais pintados por ele.
Estas histórias mostram que o critério para avaliar uma obra de arte era o da sua semelhança com o real representado.

Mas, na verdade, se pensarmos bem, o artista não representa as coisas que vê, mas o modo como as vê e até como as imagina. O artista põe na sua obra toda a experiência, sentimentos e valores que fazem parte da sua maneira de ser e pensar. Ele chama a nossa atenção para algo que captou a sua própria atenção. Ele leva-nos a olhar o mundo com outros olhos. E, de entre todas as dimensões da realidade, ele apenas pode utilizar na sua obra uma pequena parte. Até a fotografia é mais do que uma cópia da realidade. Porquê?
Será isto copiar? Imitar?
Vamos citar duas críticas de dois artistas de peso:
Paul Klee: A ARTE NÃO REPRODUZ O VISÍVEL: TORNA VISÍVEL.
Beaudelaire, por sua vez, diz: A NATUREZA NÃO TEM IMAGINAÇÃO.

Um comentário:

proffil disse...

Ao analisar os vossos trabalhos, percebi que as críticas a esta teoria não estavam suficientemente bem identificadas como CRÍTICAS! Daí gerou-se alguma confusão... Tentei remediar essa falha, modificando um pouco o texto.
Espero que agora já se perceba!